Tratamentos
Lesões de Meniscos
Os meniscos são estruturas de fibrocartilagem no formato de “C” localizadas entre o fêmur (osso da coxa) e a tíbia (osso da perna). Eles atuam como amortecedores naturais, ajudando a absorver o impacto e a lubrificar a articulação do joelho durante atividades cotidianas, como andar, correr ou dobrar o joelho. Cada joelho possui dois meniscos: o lateral, situado na parte externa, e o medial, na parte interna. O menisco medial, por sua menor mobilidade, é mais propenso a lesões.
Lesões no menisco podem ser causadas por traumas ou desgaste natural, especialmente em pacientes mais velhos. No caso de lesões traumáticas, são comuns em esportes de contato, onde movimentos bruscos de torção ou flexão excessiva do joelho podem danificar o menisco. Atividades de alta intensidade que sobrecarregam os joelhos, como levantar peso, também podem causar rupturas. Em pacientes mais idosos, o desgaste progressivo da articulação contribui para o enfraquecimento do menisco, aumentando o risco de lesões degenerativas.

Os sintomas mais comuns de uma lesão meniscal incluem dor, inchaço e, em alguns casos, a sensação de que o joelho “trava” durante o movimento, dificultando a flexão e a extensão. A dor pode ser constante ou intermitente, dependendo da gravidade da lesão, e muitas vezes vem acompanhada de uma sensação de instabilidade, como se o joelho estivesse “saindo do lugar”.
O tratamento para lesões no menisco varia de acordo com a gravidade e o tipo da lesão. Em casos mais leves, pode-se optar por um tratamento conservador, que envolve repouso, aplicação de gelo para reduzir o inchaço, e o uso de medicamentos anti-inflamatórios. Técnicas minimamente invasivas, como a infiltração de corticoides ou plasma rico em plaquetas (PRP), também podem ser indicadas para acelerar o processo de recuperação. Esses tratamentos são ideais para micro-rupturas ou lesões que não exigem uma intervenção cirúrgica imediata.
No entanto, quando a lesão é mais grave ou envolve um bloqueio mecânico no joelho, a cirurgia pode ser necessária. O procedimento mais comum é a artroscopia do joelho, que é uma técnica minimamente invasiva na qual pequenas incisões são feitas para inserir uma câmera e instrumentos cirúrgicos, permitindo ao médico reparar o menisco danificado com maior precisão. Em alguns casos, quando o menisco não pode ser reparado, parte dele pode ser removida (meniscectomia), o que alivia a dor e melhora a mobilidade. A reparação do menisco, quando possível, é preferível, pois preserva a maior parte da estrutura do menisco e proporciona uma recuperação a longo prazo mais estável.
A recuperação após uma cirurgia de menisco varia de pessoa para pessoa, mas, em geral, pacientes mais jovens com lesões menores podem retomar suas atividades normais em cerca de 4 a 12 semanas. Para pacientes mais velhos ou com lesões mais complexas, a recuperação pode levar de 3 a 6 meses. O sucesso do tratamento depende não apenas da cirurgia, mas também da reabilitação pós-operatória. O fortalecimento gradual da musculatura ao redor do joelho, aliado a exercícios de fisioterapia, é fundamental para restaurar completamente a função articular e evitar complicações futuras.
Se você sente dor persistente no joelho ou tem dificuldade em realizar movimentos simples, é importante consultar um especialista para avaliar a extensão da lesão e discutir as melhores opções de tratamento. Quanto mais cedo o diagnóstico, melhor o prognóstico para a recuperação e o retorno às atividades cotidianas sem dor.